Porquê SAEntista?



* Trata-se de um neologismo da autora, que diz respeito ao enfermeiro cientista, estudioso em relação à sua própria ferramenta de trabalho que é a SAE !





Quem gerencia este espaço?



* Dra.Josianne Corrêa Cardoso, Enfermeira em Belém do Pará. Trabalha na área desde 1997 (UEPA) , sendo pós graduada em Oncologia (UEPA) e Mestre em Gestão de Organizações Públicas (NAEA-UFPA).

Atualmente é supervisora de Enfermagem (HUBFS), além de ser Auditora Interna de Prontuários de Óbitos (HOL).



* Estudiosa no assunto, coleciona livros sobre a SAE e costuma proferir palestras em locais diversos sobre o tema.





Porquê a criação deste espaço?



* Compreendendo a dificuldade de alguns enfermeiros em adquirir livros sobrea a SAE, aliado à escassez de tempo que eles têm para se desenvolver no assunto, resolveu-se dar esta pequena contribuição, repassando o que se conseguiu aprender ao longo destes anos.



Um abraço carinhoso a todos os visitantes deste espaço!





segunda-feira, 14 de junho de 2010

Cateterismo Vesical

Como trabalho num hospital público, e mais especificamente numa sala de procedimentos, onde ocorrem trocas de sondas vesicais, resolvi visualizar este setor à luz da SAE.
Considerações iniciais:
- Considero que a troca de sonda não é um procedimento mecânico e exatamente repetitivo.
- Cada cliente é único e tem sua causa particular para manter-se sondado.
- É imprescindível estabelecer um vínculo terapêutico com os clientes, ouvindo suas queixas, atentando às alterações ou dúvidas, caso ocorram.
- Em se tratando de orientação, esse é o ponto forte neste local, pois percebemos alguns procedimentos domiciliares inadequados, que levam a riscos, como a retirada acidental e até mesmo a ITU.
No que se refere ao ambiente físico, julgo adequado: sala exclusiva, refrigerada, bem iluminada, com biombo, lixeiras, descartex, maca e cadeiras, além de um armário para a guarda dos materiais necessários. Há também uma mesa para registrarmos os procedimentos, emitir receituário para cuidados ao portador de sonda (se necessário), e assinatura de TFD's (impresso para assinatura de Tratamento Fora de Domicílio).
De acordo com a minha vivência no local, destaco os principais DE que existem e para os quais procedo às IE (intervenções de enfermagem):
1) Risco de Infecção relacionado ao local de invasão no organismo, secundário ao cateterismo vesical;
2) Controle Individual Eficaz do Regime Terapêutico;
3) Conhecimento Deficiente relacionado à complexidade do dispositivo, evidenciado pelo desempenho incorreto de comportamento de saúde desejado, evidenciado por...;
4) Ansiedade relacionada à mudança real à integridade biológica, secundário ao procedimento invasivo, evidenciado por...;
5) Distúrbio da Imagem Corporal relacionado aos efeitos da SVD (sonda vesical de demora) sobre a aparência, evidenciado por...
* Pensei em "Padrões de Sexualidade Ineficazes". É que durante a espera pelo tratamento definitivo, que faça com que o cliente urine fisiologicamente, fica impraticável o ato sexual. Inclusive já conversei com clientes que me referiram esse inconveniente, e que estavam sofrendo por conta da abstinência sexual. Confesso que não adentro nesta seara; não toco no assunto, mesmo porque não temos como resolver tal problema. Então, se não temos intervenção correspondente, não devemos utilizar tal DE. Consultando o último manual da Carpenito, observei que não há nada de FR (fator relacionado), com relação à sonda vesical de uso prolongado. Talvez porque realmente é difícil o profissional intervir.
NOTAS:
- Tais clientes geralmente são do sexo masculino, e têm suas sondas trocadas a cada 30 dias, no ambulatório, enquanto a obstrução uretral não é solucionada;
- São sondas uretrais (mais frequentes), cistostomias (orifício abdominal, diretamente na bexiga) ou perineostomias (orifício abaixo da bolsa escrotal);
- Os clientes são cadastrados no hospital e têm que marcar no computador previamente o procedimento;
- O procedimento é exclusivo do enfermeiro, sendo que se o mesmo não conseguir retirar ou inserir a sonda, solicita a intervenção de um médico Urologista, da mesma instituição;
- Conto com apoio de uma técnica de enfermagem, pois realizar tal procedimento sozinha, além de demorado, requer um "verdadeiro malabarismo" para não ferir o princípio científico da microbiologia.

Nenhum comentário: