Trago - lhes uma historinha de um fato ocorrido comigo numa certa clínica :
"Uma jovem cliente, cardiopata , considerada uma verdadeira bomba - relógio . Quem a via, nem imaginava a gravidade da sua patologia valvar.
Em auto - Cuidado , hemodinamicamente estável , normocorada, fácies alegre, biotipo normal, enfim ... Bem cuidada . Sem uma mínima aparência de cliente .
Precrevo- lhe:
- Manter repouso relativo no leito (T M N)
- Manter o2 úmido montado ( sem água ) na cabeceira do leito ( ATENÇÃO )
- Aferir e anotar TPR e PA (10 16 22 6 e S / N )
- O2 Instalar úmido por cateter nasal , 3l/min (S/N)
- Se mal estar geral , acionar a enfermeira plantonista ( RIGOROSO )
- Auxiliar nos cuidados higiênicos gerais (quando necessário )
- Orientar e supervisionar para que não faça esforço físico (T M N)
- Observar e anotar a perfusão capilar periférica ( M T N)
Pois bem .
Para um técnico de enfermagem pode parecer que eu estava " enchendo linguiça ", Ou mesmo até " dando trabalho " desnecessário para o mesmo .
É por isso que nós , enfermeiros, precisamos fazer a chamada " educação em Serviço ", pois é relativamente recente uma inserção da SAE nsa cursos de Técnicos de Enfermagem .
E além do mais, é mais fácil adquirirmos a adesão dos técnicos de enfermagem, quanto a respeitarem e executarem as nossas prescrições.
A referida cliente possuía o seguinte problema colaborativo:
CP: Valvulopatia cardíaca grave ( insuficiência mitral)
Pronto, basta isso para que eu reconheça que, a qualquer momento essa cliente possa passar muito mal ou0 até mesmo sucumbir .
E sabendo disso , elaborei as prescrições de enfermagem.
E quais seriam os resultados esperados, para que consigamos deixar esse cliente sem risco de agravo e fiquemos atentos e preparados se a mesma agravar? E, finalmente, estabelecer padrões de monitorização quanto a sua CP?.
Se eu escrevesse que a cliente estava simplesmente em auto-cuidado, como parecia, seria tratada como uma qualquer, sem cuidados específicos; como se estivesse aguardando uma cirurgia eletiva.
Ela estava esperando, na verdade, uma toracotomia para colocação de válvula cardíaca metálica ( prótese ).
O que me chateou no plantão, foi saber que a cliente foi sozinha para a divisão de diagnóstico por imagem. E mais, desceu escadas - menos pior , subindo as mesmas ao voltar para a clínica. No mínimo imprudência para a equipe de enfermagem, não?
Para a nossa sorte, nada de ruim ocorreu com ela. Mas foi o suficiente para que eu fizesse uma reunião relâmpago na clínica , para expor os riscos da situação .
Detalhe: eu não era lotada nesta clínica e estava cobrindo apenas a falta de uma colega de trabalho.
Voltando para a SAE, em suma: de acordo com a minha diagnose, faço a minha prescrição de enfermagem, tendo em vista os resultados esperados. Passado um tempo, estipulamos quais os resultados obtidos, na nossa evolução de enfermagem, que consiste na avaliação".
Entenderam? Gostaram? Espero seu comentário.