Porquê SAEntista?



* Trata-se de um neologismo da autora, que diz respeito ao enfermeiro cientista, estudioso em relação à sua própria ferramenta de trabalho que é a SAE !





Quem gerencia este espaço?



* Dra.Josianne Corrêa Cardoso, Enfermeira em Belém do Pará. Trabalha na área desde 1997 (UEPA) , sendo pós graduada em Oncologia (UEPA) e Mestre em Gestão de Organizações Públicas (NAEA-UFPA).

Atualmente é supervisora de Enfermagem (HUBFS), além de ser Auditora Interna de Prontuários de Óbitos (HOL).



* Estudiosa no assunto, coleciona livros sobre a SAE e costuma proferir palestras em locais diversos sobre o tema.





Porquê a criação deste espaço?



* Compreendendo a dificuldade de alguns enfermeiros em adquirir livros sobrea a SAE, aliado à escassez de tempo que eles têm para se desenvolver no assunto, resolveu-se dar esta pequena contribuição, repassando o que se conseguiu aprender ao longo destes anos.



Um abraço carinhoso a todos os visitantes deste espaço!





domingo, 27 de abril de 2014

SAE na Mastectomia Radical

Quando a cliente é submetida à retirada total de uma mama, devido a tumoração maligna, a mesma é submetida à chamada mastectomia radical.

Tenho trabalhado diretamente com isso nos últimos meses, e posso afirmar que, além da extirpação total desta, geralmente é realizado o esvaziamento axilar, onde o médico, para evitar a disseminação de células malignas pelos vasos linfáticos, também tira os linfonodos da axila correspondente à mama retirada.

Quero ir direto ao assunto.
No pós operatório imediato, geralmente encontramos, quando recebemos a cliente do Centro Cirúrgico:
- Estado de semi-narcose
- Ferida operatória no hemitórax anterior
- Dreno à vácuo às proximidades desta ferida operatória

- Acesso venoso periférico (jelco) com hidratação 
- Dor local (ocasional)
- Náuseas e vômitos (ocasional)
Mediante isto, teremos os seguintes riscos de complicação e diagnósticos de enfermagem, segundo o Manual abaixo: 

1)  RC: Comprometimento neurovascular 
2) DE: Risco de Mobilidade Física Prejudicada (ombro, braço) relacionado à linfedema, dano a nervos/músculo e dor
3)  DE: Risco de Lesão relacionado à função linfática, motora e sensorial comprometida no braço afetado
4)  Pesar relacionado à perda da mama e à mudança na aparência
5)  Risco de Autocontrole Ineficaz da Saúde relacionado a conhecimento insuficiente dos cuidados da ferida, exercícios, prótese mamária, sinais e sintomas de complicações , precauções relativas à mão/braço, recursos da comunidade e continuidade dos cuidados

Como a SAE não é como "receita para bolo"...temos um livro norte-americano que nos dá "palpites" sobre o que geralmente se encontra nestes casos.
No entanto, entretanto, portanto...fico bastante à vontade para discordar em parte.
Além do RC acima citado, acrescentaria:
RC: Disfunção Sensorial (dor) > apesar da analgesia, geralmente de horário, ainda ocorre casos de dor.
RC: Sangramento > já observei sangramento fora do comum, perceptível no dreno à vácuo!
RC: Disfunção Gástrica (vômitos) > geralmente associado ao jejum prolongado e/ou procedimento anestésico.
Quanto aos diagnósticos...
Não colocaria o número 2 por ser uma complicação tardia, que geralmente não observamos durante a internação. Além do mais, quem entra em ações é o médico e, mais ainda, o fisioterapêuta. Como enfermeira, como trataria isso, sozinha?
Também não colocaria o 3...acredito que para o exterior as enfermeiras sejam culturalmente direcionadas a tratar destas vertentes, como o que aparece no 4º DE, que eu também não colocaria, pois temos Psicólogo exclusivo para estas clientes. 
Certamente que concordo com o 5º DE, mas não com todos os fatores relacionados.
E onde estaria o Risco de Infecção e a Integridade da Pele prejudicada? Seriam os dois que certamente fariam parte da minha lista diagnóstica.
Aguardo comentários e ate mais!

 

2 comentários:

Unknown disse...

Josi, parabéns pela brilhante forma de pensar..
Nesse 4º DE. eu trocaria or Risco de Baixo autoestima, pois a perda da mama significa a perda de uns dos órgãos sexuais mais importantes para mulher, e mesmo com todo o aparato psicológico, a Cliente tem um risco de evoluir para uma baixo autoestima..

Fofolete disse...

E se evoluir para isso, Mauro, o que você, como enfermeiro pode fazer para melhorar isso? O período de internação é curto e nós não fazemos atendimento pós-operatório no ambulatório!