Na semana passada ocorreu o "I Congresso do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza". No site http://congressohubfs2011.blogspot.com/
Fui agraciada obtendo o segundo lugar na premiação dentro da minha categoria. Uma bênção, para quem faz trabalho e, o mesmo tempo trabalha, como a maioria de nós.
Lá, dentre várias especialidades, destacam-se a Otorrinolaringologia e a Oftalmologia. Maiores informações sobre este hospital, em: http://www.bettina.ufpa.br/
Fiz um trabalho cujo título foi:
"Sistematização da Assistência de Enfermagem ao Cliente em Pós-Operatório Imediato de Adenoidectomia e/ou Amigdalectomia".
Eis o resumo:
RESUMOA adenoidectomia e a amigdalectomia, são os tipos de cirurgia que mais ocorrem em otorrinolaringologia. A enfermagem está inserida em todos os tempos cirúrgicos. No pós-operatório imediato, a equipe de enfermagem precisa atuar de modo focalizado e de acordo com a Sistematização da Assistência de Enfermagem, garantindo a qualidade do serviço e a segurança do cliente neste período. OBJETIVO: construir um plano de cuidados de enfermagem específicamente voltado aos clientes em pós-operatório imediato de adenoidectomia e/ou amigdalectomia. FORMA DE ESTUDO: revisão bibliográfica do tipo exploratória.MÉTODO: foi realizada revisão na literatura sobre amigdalectomia e adenoidectomia. Em seguida, sobre a aplicação da sistematização da assistência de enfermagem específica para o caso. RESULTADOS: combinando a nossa experiência profissional com o que se buscou na revisão de literatura, elaboramos um quadro com os principais diagnósticos de enfermagem e complicações potenciais, com as prescrições e intervenções de enfermagem correspondentes. CONCLUSÃO: sem conhecimentos específicos e uma metodologia de trabalho, a enfermagem pode comprometer a qualidade da sua assistência, deixando passar despercebidos detalhes importantes na prestação de cuidados. Além do mais, trabalhar sem a sistematização da assistência de enfermagem em suas cinco fases, significa desobedecer o Código de Ética Profissional.
Palavras-chave: adenoidectomia e amigdalectomia, sistematização da assistência de enfermagem, pós-operatório imediato.
Bibliografia consultada (dois sites de ORL, Manual novo da Carpenitto Moyet e Livro da Aben Nacional sobre SAE, 2008/2009)
PLANO DE CUIDADOS PARA PACIENTE SUBMETIDO A ADENOIDECTOMIA E OU AMIGDALECTOMIA
DIAGNOSE E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
* RC: Obstrução das vias aéreas
- Observar e registrar se consegue deglutir os líquidos oferecidos
- Só oferecer ingesta hídrica se estiver bem acordado (a)
- Caso apresente sensação de sufocação ou sinais de hipóxia, acionar a enfermeira plantonista
- Manter a cabeceira do leito elevada e cabeça lateralizada ao dormir
* RC: Aspiração
- Manter a cabeceira do leito elevada, com a cabeça lateralizada
- Só dar líquidos via oral se estiver bem, acordado
- Se sinais de sufocação e/ou cinose de exteremidades, avisar a enfermeira plantonista
* RC: Sangramento
- Manter repouso absoluto no leito até segunda ordem
- Tentar acalmar o cliente e acompanhante, com palavras de incentivo e demonstrando segurança e apoio
- Avisar imediatamente a enfermeira plantonista
- Incentivar a ingesta de líquidos gelados e registrar a aceitação
- Administrar anti-hemorrágico prescrito e evoluir o efeito em 30 minutos
- Observar/anotar e comunicar as características do sangramento
- Fazer compressa com bolsa de gelo na raiz do nariz, se epistaxe (sangramento nasal)
* DE: Risco de Volume de Líquidos Deficiente relacionado à diminuição da ingestão de líquidos, secundária à odinofagia (dor ao deglutir)
- Incentivar e supervisionar a ingesta hídrica
- Avisar a enfermeira e/ou médico se não estiver aceitando nada por via oral (NPO)
- Observar e anotar se urina nas primeiras seis horas de pós-operatório. Caso contrário, avisar a enfermeira plantonista
- Explicar as implicações negativas da recusa da ingesta hídrica
- Manter em hidratação venosa conforme prescrito pelo médico
* DE: Risco de Nutrição Desequilibrada: Menos do que as Necessidades Corporais relacionado à diminuição de ingestão, secundária à odinofagia
- Observar e registar se está aceitando bem a dieta oferecida
- Incentivar a aceitação da dieta oferecida
- Contactar com a nutricionista, caso haja recusa da dieta disponível
- Explicar sobre aimportância de aceitar a dieta oferecida
* DE: Risco de Autocontrole Ineficaz da Saúde relacionado ao conhecimento insuficiente sobre as exigências de repouso, necessidades nutricionais, sinais e sintomas de complicações, controle da dor, posicionamento e restrição de atividade.
- Explicar ao cliente e acompanhante sobre:
1) A necessidade de repouso durante as 24 horas que sucedem a cirurgia
2) A importância da aceitação da dieta oferecida
3) Sinais de complicação (sangramento, disfagia, febre, mal estar geral)
4) A importância da aceitação dos medicamentos e dieta líquida gelada
5) A importância de ficar com a cabeceira do leito elevada e cabeça lateralizada
RC: Hipoglicemia
- Informar a enfermeira caso o cliente não esteja aceitando a dieta e não esteja em aporte de glicose IV contínuo
- Se mal estar geral, fazer o haemoglucotest e passar o resultado imediatamente à enfermeira plantonista
- Observar e anotar se apresenta sinais de hipoglicemia
RC: Sensorial (DOR)
- Se dor forte, avaliar a intensidade. De acordo com a mesma, medicar e evoluir o efeito em 30 min.
- Orientar e supervisionar o repouso de voz
- Estimular a ingesta de líquidos gelados
RC: Náuseas/ vômitos
- Se náuseas ou vômitos, avisar a enfermeira plantonista
- Conforme orientação médica ou de enfermagem, administrar o anti-emético prescrito e registrar o efeito após 30 minutos
- Orientar a não ingerir mais nada, enquanto estiver com náuseas ou vômitos
- Se persistirem os sinais e sintomas, acionar a enfermeira plantonista
RC: febre (Temperatura axilar>38ºC)
- Orientar e supervisionar a não se aquecer com colchas ou toalhas
- Aferir e anotar a temperatura a cada seis horas e se necessário
- Administrar o antitérmico prescrito e evoluir o efeito em 30 min
DE: Risco de Infecção relacionado ao local de invasão no organismo, secundário à cirurgia e presença de via invasiva
- Manter o acesso venoso pérvio
- Reduzir a penetração de vias invasivas
- Observar o acesso venoso, ocluindo todos os lumens existentes no dispositivo (torneirinha ou
polifix)
- Orientar o cliente e acompanhante sobre os sinais de infecção
NOTA: Com (*), os principais Diagnósticos de Enfermagem (DE) e Riscos de Complicação (RC) extraídos do manual de Carpenito-Moyet (2011). Os demais, elaborados segundo prática clínica da autora.
Na verdade, este trabalho precisa de correções, que farei posteriormente, mas o que acho mais relevante foi expor a importância de se ter conhecimento científico, raciocício clínico e conhecimento das leis. Precisamos parar de prescrever rotinas e focalizar nossas intervenções na diagnose, depois que averiguamos as respostas humanas alteradas.
Aceito sugestões e críticas!
Um comentário:
caraca! vc é tudo isso, portadora de um vasto conhecimento, vc merece todo o reconhecimento por vários motivos!
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